terça-feira, 13 de novembro de 2012

Halt!

Uma crise gera cegueira.

E quando deflagrada, não percebemos sua origem e nos preocupamos somente com suas consequências.

Não foi o atual governo grego que escondeu os números, mas a culpa nele recaiu.

De todos os estados europeus que fazem parte da zona do euro, somente um manteve sua estabilidade econômica passando a ser seu sustentáculo há alguns anos.

País este, provocador das duas grandes guerras, dizimado por duas vezes, reconstruído pela segunda vez sob a vergonha do que foi feito em seu nome no passado próximo.

Dividido, reunificado, resiliente, tornou-se uma só nação para todos os seus cidadãos.

Com a Europa em frangalhos financeiros, tornou-se ator principal neste novo enredo, desempenhando um papel de liderança positiva e acertiva perante a crise global.

Políticos populistas, por ali também existem, jogam toda a culpa por sua incompetência na líder protagonista, levando seu povo a fazer o mesmo.

Como Saramago já escreveu, cegos por não enxergarem a razão de tudo.

Enquanto isso, los hermanos despertam de um sonho tornado pesadelo e voltam a bater em suas panelas reivindicando o retorno da democracia de fato e de direito aqui do lado.

Quanto a nós, passivos ficamos frente a má qualidade dos serviços públicos e de seus gestores que pouco fazem para solucionar nossos problemas e aguardam, passivamente, acumularem-se ou agravarem-se para tomarem uma decisão.

Afinal de contas, para que solucionar um problema enquanto este ainda não se tornou grande o suficiente para provocar uma reação midiática e passar desapercebido.

O que vale para mim, nem sempre vale para você - é assim o seu mote.