quarta-feira, 13 de junho de 2012

Independência ou...

Os três poderes constituídos deveriam ter total independência entre eles, mas não é assim que a banda toca.

Enquanto o legislativo federal emperra a pauta, reivindicando cargos de primeiro e segundo escalões no executivo, este por sua vez, nomeia ministros do supremo.

Diante de tal realidade, fica evidente a dependência plena entre eles.

Quem decide é quem tem o poder de maior barganha, e aí recai na mediocridade partidária nacional, que por sua vez é subsidiada por patrocinadores obscuros.

Então quem manda são os tais personagens obscuros do sistema que utilizam sua influência econômica para obter os mais diversos desejos atendidos.

Financiam campanhas, elegem legisladores e governantes, estão sempre próximos de magistrados, viajam e passeiam com alto escalão, emprestando seus jatos executivos, mesmo havendo verba pública destinada a cobrir tais gastos.

Estão sempre envolvidos com licitações, contratações e financiamentos públicos, recebendo mas nem sempre entregando o combinado.

Não existe independência, não é preto no branco, tudo é um tanto cinza.

Uma penumbra que persiste em limitar a visão do cidadão e que lhe proporciona, uma vez outra, um vislumbre da luz solar.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

h-um-anidade

Nunca fomos um e nunca seremos.

Antes as distâncias nos mantinham afastados, prevalecia o eu, o meu, o nosso.

Hoje a tecnologia nos faz permanecer ainda mais afastados, prevalecendo o eu, o meu, esquece o nosso.

Não existe espaço para o comum a todos, o bem maior. Somos egoístas, egocêntricos, não formamos a h-um-anidade.

Desde de nossas origens permanecemos afastados, olhando para nossos próprios umbigos, nem clãs e famílias vizinhas são bem-vindos.

Conflitos, embates, combates, lutas, guerras pela sobrevivência, por possuir mais recursos, o maior território, mais riquezas.

Explorar recursos naturais foi o primeiro passo, o segundo foi continuar explorando e degradando, o terceiro explorar ainda mais e degradar mais ainda.

O modelo não muda. Ninguém muda. Nada muda. Tudo persiste.

O sistema de oposições revela-se caduco. Defensores e agressores parecem ser engrenagens da mesma máquina, utilizando os mesmos recursos e gerando uma indústria do ambientalismo.

Alegoria criada com um fim que acabou deturpando-se.

Não acredito em ninguém e em mais nada, só em mim e no que posso fazer.

E voce?


O carro com tudo



Afinal de contas o que é mais importante?

A FIAT erra no tom ao anunciar o Bravo 2013 sob o argumento de que voce "desaparece" se não tiver um carro com tudo, ou seja, não é voce que importa mas o que voce tem ou deseja ter.

A atitude desesperadora do personagem ao perceber que começa a desaparecer, a ficar invisível aos outros, denota um comportamento meramente consumista no qual a manutenção do estado social depende exclusivamente do que se tem.

Inteligência, perspicácia, criatividade, educação, empatia, reflexão, características individuais diversas que tem haver com o ser são relegadas ao segundo, digo, terceiro ou quarto plano. Características estas pelas quais seus criadores foram contratados para.

O anúncio termina com a compra do referido veículo e o ressurgimento do personagem frente a seus superiores.

A inteligência deveria ter sido utilizada para algo mais sofisticado.