segunda-feira, 21 de maio de 2012

A mais desprezível das profissões

Dizem que ser professor é vocação, eu digo que é maldição.

Desprezível é a profissão que ensina, ou ao menos tenta, a refletir, a pensar. Isso traz problemas e muitos.

Povo pensante, reflete frente ao oferecimento e a sua realidade. Pior, começa a tomar suas próprias decisões e a agir por sua conta. Líderes populistas, sejam políticos, sejam de entidades de classe, ou de movimentos sociais tremem diante de tal possibilidade.

Por isso nos sobra o resto do resto do resto do resto. Pesquisa da Unesco revela que os professores no Brasil recebem o terceiro pior salário no mundo, sendo que por aqui, é o pior salário entre profissionais de nível superior.

Isso quer dizer que, segundo a pesquisa, 60% dos professores na região nordeste recebem cerca de R$530,00. A média nacional dos docentes da educação básica é de R$927,00 mas a mediana, ou seja o ponto onde 50% dos professores recebem abaixo deste valor, é R$720,00.

No Japão, professores formam um grupo social o qual até o seu imperador o reverencia. Na Coréia do Sul, seu salário se aproxima ao dos ministros de estado. Novos tigres e dragões asiáticos investiram em políticas educacionais onde a figura central e mais valorizada é a do professor.

Em cada país citado, existem professores orgulhosos por sua vocação e dedicação, por lá, sê-lo não é maldição. Mas por aqui, em nossas terras tupiniquins, nem mesmo entre os aborígenes locais, ser professor é valorizado, são caçados e estão em extinção. Vê-los ou tê-los por perto é algo cada vez mais raro.

Esgotados por suas rotinas diárias entre dois, três, quatro empregos, por vezes, em três turnos, indo além das 44 horas/trabalho por semana, responsável por ensinar o conteúdo programático, avaliar, corrigir e educar, uma maioria de alunos deseducados sem nenhum valor moral ou ético, sem compromisso com a sua formação e sem a preocupação da família.

Haverá um dia que um professor receberá um dos salários mais altos do país, neste dia, haverão alguns soltos por aí, na selva do sistema educacional e de tão raros, finalmente terão suas cabeças por um alto prêmio.